Para reflectir

"E se houvesse um novo 25 de Abril, uma nova revolução para mudar Portugal?... Em 74, queríamos liberdade, democracia... E se fosse agora, que país quereríamos?"

Este foi o ponto de partida do discurso do Presidente Jorge Sampaio (como disse José Manuel Fernandes, "nunca deixará de ser Presidente") no primeiro de uma série de colóquios, organizados pela Fundação de Serralves, relativo ao tema "Portugal: Sim ou Não", onde se iria discutir "O meu País, a Europa e o Mundo". No entanto, quer o Presidente Jorge Sampaio, quer Vasco Graça Moura (o outro orador) centraram-se sobretudo no aspecto interno.

No seu discurso, o Presidente Sampaio fez uma previsão daquilo que será, no seu entender, o nosso país daqui a 10 ou 20 anos. Abordou temas como o Estado como regulador estratégico, a descentralização como forma de potenciar a eficácia, o território e o desenvolvimento regional como forma de combater as assimetrias regionais, um novo modelo de crescimento, a importância da educação, a ciência, tecnologia, inovação, financiamento das PME's e capital de risco, o trabalho e as questões sociais, a saúde, a sustentabilidade ambiental e terminou com um olhar para a desejável Justiça.

Da sua intervenção que, provavelmente gerou consenso entre os presentes, saliento dois aspectos: na área da saúde, onde, segundo o Presidente Sampaio "a política do Governo tem sido corajosa e a orientação seguida parece-me correcta". Também me parece ser esta orientação a correcta, no entanto, não podemos fechar serviços sem assegurarmos alternativas viáveis para as populações afectadas, o que nem sempre tem acontecido...

O outro aspecto diz respeito à área da Justiça, onde foram elencados alguns pontos para ultrapassar a lentidão da mesma. No entanto, e mesmo a uma distância de 10-20 anos, creio que alguns desses pontos não serão mais do que utopias...

Voltando à citação inicial, entendo ser esta uma boa problemática sobre a qual todos deveríamos reflectir... O que quereríamos para Portugal se houvesse uma nova revolução?

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