A Justiça em Portugal
Hoje, ao folhear um jornal semanário gratuito (a vida está mal para todos...), não pude deixar de reparar em 3 notícias que me chamaram à atenção:
Ministério da Justiça adquiriu cinco automóveis topo de gama, gastando quase 200 mil euros.
Numa época de rigor orçamental, em que o Governo da Nação não se cansa de nos fazer lembrar que
é necessário "apertar o cinto", começa a ser verdadeiramente obsceno observarmos que o cinto está mais apertado para uns do que para outros.

E tudo isto feito com os dinheiros públicos provenientes dos impostos dos contribuintes. Ora, uma vez que os meus pais também pagam impostos, isso significa que uma parte desses 5 automóveis também lhes pertence, por isso fico ansiosamente à espera de andar num desses 5 automóveis topo de gama que também são dos meus pais...
Se em vez de 5 automóveis topo de gama, fossem 3 utilitários em segunda mão, certamente que o país não ia ficar mal visto por causa disso...
É a velha política do "olha para o que eu digo, não olhes para o que faço..." e que leva a que a política e os governantes, cada vez mais, caiam no descrédito.
Fernando Ruas (Presidente da CM Viseu) foi mandado parar numa operação stop por conduzir em excesso de velocidade [...] mas parou o carro, conversou com o governador civil, presente no local, e foi-se embora... sem multa!
Já começa a ser habitual situações destas acontecerem... Sempre que alguém da nossa p
raça pública se mete nas malhas da Justiça, lá vêm os "Srs. Drs.", "Srs. Engs." ou "Srs. Presidentes" apelar ao bom senso, fazendo uso da posição que ocupam e quiçá prometendo isto e aquilo aos Srs agentes ou governadores civis e tudo se passa como se nada fosse...

Parece que existem 2 Direitos: o Direito das Celebridades (onde tudo o que estas fizerem passará impune) e o Direito dos Pobres.
Isto é deitar "achas na fogueira" de uma Justiça já por demais incendiada.
Vale a pena ser famoso em Portugal...
[fazendo remissão para outro jornal] ... as despesas jurídicas do processo de Fátima Felgueiras estão a ser pagas pela autarquia, segundo o advogado de defesa, Artur Marques.
Mais um caso relacionado com os anteriores em que a protagonista é uma figura pública que caiu
nas malhas da Justiça e onde há a utilização dos dinheiros públicos para beneficío próprio.
Em primeiro lugar, não consigo perceber como é que uma pessoa que é acusada de ter um saco azul e posteriormente ter fugido à Justiça consegue ser novamente eleita como Presidente de Câmara...
Em segundo lugar, acho escandaloso que alguém venha anunciar ao País que as despesas processuais de uma arguida estejam a ser custeadas pelos dinheiros públicos e ninguém diz ou faz o que quer quer seja... O que anda a fazer a PJ???